A história retrata Edie Ledwell, a co-criadora de um desenho animado assassinada após ser perseguida por internautas que a acusam de ser transfóbica, racista e capacitista.
Publicações no Twitter apontam um paralelo entre a personagem do livro e os ataques sofridos pela própria J.K. Rowling após ter publicado declarações transfóbicas em 2021.
Em entrevista ao podcast “Radio Show”, de Graham Norton, no entanto, a escritora negou que a obra fosse inspirada na própria vida. Ela disse que imaginou que os leitores pudessem ter essa impressão, mas que o livro foi escrito antes que "certas coisas" tivessem acontecido com ela.
"Falei para o meu marido: 'Acho que todos vão enxergar isso como uma reposta ao que aconteceu comigo'. Mas genuinamente não é", ela disse.
O livro "The Ink Black Heart" é o sexto volume da série de ficção policial "Cormoran Strike", escrita por J.K Rowling sob o pseudônimo de Robert Galbraith, e ainda não tem data de lançamento no Brasil.
O quinto volume da série, lançado em 2020, já havia recebido críticas de internautas e ativistas dos direitos LGBTQIA+.
"Troubled Blood" mostra a história de um serial killer que se veste de mulher ao cometer seus crimes.
Na época, a organização de caridade Mermaids, que apoia crianças transgênero e suas famílias no Reino Unido, declarou à CNN que retratar pessoas travestidas como uma ameaça era "um estereótipo batido e até meio desgastado, responsável pela demonização de um pequeno grupo de pessoas que simplesmente esperam viver suas vidas com dignidade”.
A escritora já havia sido alvo de comentários por conta do nome escolhido como pseudônimo para publicar a série.
Robert Galbraith Heath foi um psiquiatra americano que praticava experimentos para terapias de conversão que pretendiam "reverter" a homossexualidade dos pacientes.
No site oficial da série de livros, J.K. Rowling explica o que a levou a escolher este nome: "Escolhi Robert porque é um dos meus nomes masculinos favoritos, porque Robert F Kennedy é meu herói. Galbraith surgiu por uma razão um pouco estranha. Quando eu era criança, eu realmente queria ser chamada de 'Ella Galbraith', e não tenho ideia do porquê."
À CNN, o porta-voz da autora declarou que a alegação de que o pseudônimo teria sido escolhido por conta do psiquiatra americano é "categoricamente falsa".
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